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sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Monólogo II (O Desejo)


Isso acontece sempre, quando estou morrendo de saudades suas, meu doce amor.
Olho-me no espelho, que fica de frente a minha cama, e ali a minha imagem refletida. Começo a me tocar, primeiro os lábios, sinto minha língua... E em um passe de mágica me transporto para outra dimensão... Entregando-me ao prazer. E o dedo que deliciosamente saboreio não é mais meu, é seu. Vejo-te aqui, pertinho de mim, de pé em minha frente.
Sentada em minha cama, as minhas mãos passeiam pelo corpo que você conhece tão bem. Olho-me novamente, e sinto que não sou mais eu, e sim, você que me observa. Que gostoso... Vou sentindo mais e mais prazer... Sozinha. Esse prazer é tão meu quanto teu, porque é em você que penso…
Toco-me com bastante calma, sem pressa, imagino-me estar em seus braços, que tanto me protegem e me abrigam. A tua boca sedenta, beija a minha alucinada, sinto teus braços me apertando, como se não quisessem que eu saísse de perto de você. Até posso ouvir teu sussurro: - Te amo! Quero-Te! Você é minha!
Assim viajo em meus pensamentos, meu doce amor. Vou ficando louca de vontade de te ter, de te sentir. Satisfazer também as tuas vontades...
Vou longe... Sinto que meu corpo começa a borbulhar de tanto prazer... E você está tão perto e tão distante… Chego a sentir teu peito junto ao meu ao meu, e os teus pelos posso tocar. Nossos corações batendo descompassados. E eu, me saboreando, podia ser você sentindo o meu sabor.
Quando estou prestes a chegar ao meu objetivo... Desfaço-me um mil gemidos e gritos. Digo seu nome, bem alto no momento do orgasmo.
Meus lençóis em desalinho e o meu suor escorrendo por entre minhas pernas...
Eu adoro ter você assim, de vez em quando, você nem fica sabendo... Amo-te!

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